A vida é uma cereja. A morte um caroço. O amor uma cerejeira.


8 de março de 2007

Árvores XXIV


Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.
Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.
Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.
Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;
Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.
Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.

Joyce Kilmer

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